18 janeiro 2006

Reuniões sem objectivo

Depois de ontem ler um artigo que defende que as reuniões são negativas, hoje no comboio falei um pouco com uma amiga sobre uma situação muito semelhante.

Na minha opinião, não é que as reuniões em si próprias sejam más, eu acho é que a forma como as reuniões são feitas pode ser má. Sejam reuniões de trabalho, conferências, ou reuniões religiosas, se não há vida nelas, tornam-se completamente aborrecidas.

E como é uma reunião viva?

Primeiro, algo vivo nunca é igual. Pensem numa árvore e numa pedra. A pedra mantém-se imóvel, sofrendo apenas uma lenta erosão. A pedra é uma coisa chata, aborrecida. Já a árvore, por outro lado, move-se com o vento, cresce, modifica-se, perde ramos e folhas, rejuvenesce a cada ano, etc. Assim devem ser as reuniões, devem evoluir com o tempo, modificar-se, morrer e ressuscitar.

Segundo, algo vivo implica o envolvimento de todos os membros. Porque uma reunião não é apenas uma árvore, mas várias árvores em conjunto. Como seria uma floresta se apenas uma árvore fosse verde e frondosa, enquanto as outras ou estavam secas, ou estagnadas? Assim é quando apenas uma pessoa (ou um pequeno grupo de pessoas dentro de um grupo maior) é motivado a envolver-se na reunião. É o que acontece quando uma pessoa faz uma reunião para as outras.

Em vez disso, as reuniões devem ser feitas por todos, para todos, e devem mudar e evoluir ao longo do tempo.

3 comentários:

Emanuel disse...

Em primeiro lugar, obrigado pelo comentário...

Depois, acho que sim, que uma pessoa é religiosa precisamente por acreditar em Deus e segui-lo. Claro que uma coisa implica a outra!

Eu nem sequer lhe questiono algo tão íntimo como quais experiências é que o levaram a acreditar em Deus, ou como é que sentiu a Sua acção sobre si, mas acho difícil de explicar como é que alguém, com todo o conhecimento que existe hoje em dia, com todo o avanço da ciência, pode continuar a dedicar a sua vida à religião. E defender com tanto afinco as suas ideias sobre o tema.

Eu tive uma educação cristã, e cresci a acreditar em Deus até uma certa idade, mas era uma crença estéril, só por causa da influência da família. Não acha que todos nos devemos afastar do mundo que sempre conheçemos para conseguir realmente perceber o mundo no geral?

Nuno Barreto disse...

O cristianismo não é o mundo que eu sempre conheci.

Emanuel disse...

Pronto, está bem... Expliquei-me mal.
"o mundo que sempre conhecemos" não no sentido apenas do cristianismo, mas de tudo o que conhecemos e acreditámos.
Todas as pessoas nascem e vivem num determinado contexto social e são influenciadas por essas mesmas circunstâncias.
A expressão foi utilizada nesse sentido.