31 outubro 2005

A vida tem uma beleza triste

A vida é bela, mas ao mesmo tempo efémera.

29 outubro 2005

Origami no IMPACTO

Hoje, no projecto IMPACTO, ensinei Origami.

Foi bastante divertido. Foi além das minhas espectativas, nunca pensei que os jovens aguentassem hora e meia sentados a fazer Origami! E não queriam parar! Para melhorar a coisa, fiz com que falassem um pouco de japonês. Ensinei algumas frases básicas e as cores, que eles tiveram de usar enquanto eu explicava. Sempre que queriam que eu esperasse, tinham de pedir em japonês. E tinham que dizer a cor do papel que queriam em japonês. Desenrascaram-se muito bem :)

O objectivo geral para a actividade foi, dentro do alvo do projecto de melhorar a motivação dos jovens, levá-los a perceber que são capazes de fazer coisas novas. Os objectivos específicos foram:

- Levá-los a perceber que aprender outras línguas é bom
- Mostrar-lhes que eles têm capacidade de fazer origamis
- Ensinar-lhes pelo menos 3 origamis (acabei por ensinar 5)
- Fomentar o trabalho em grupo, fazendo com que se ajudem uns aos outros

Todos os objectivos específicos foram cumpridos, o que foi imensamente positivo. Quando alguém via que a pessoa ao lado estava com problemas, tentava ajudar. Foi muito bom.

28 outubro 2005

Questões fúteis

Alguns dos debates que assolavam a igreja na "idade das trevas":

- Deus ri ou não? Deus tem sentido de humor? Se não tiver, nós podemos ter?
- Que língua se fala no céu?
- Qual o sexo dos anjos?

Tudo questões muito proveitosas para o nosso crescimento espiritual.

27 outubro 2005

Pergunta pertinente

Esta é uma pergunta para ser levada com um pouco de humor.

Como cristãos acreditamos que seremos ressuscitados no fim dos tempos, e que o nosso corpo será restaurado. Vamos ter em conta um cristão que morre, e que é comido por um tubarão. Parte das moléculas do corpo dessa pessoa passam a fazer parte do tuburão. Mais tarde o tubarão é capturado para fazer sopa de barbatanas de tubarão, e um cristão come essa sopa. E parte das moléculas que já fizeram parte do corpo do primeiro cristão passam a fazer parte do corpo do segundo.

A pergunta é: No fim dos tempos, essas moléculas farão parte do corpo restaurado do primeiro cristão ou do segundo?

Deus é Mãe

Toda a gente sabe que Deus é Pai. Mas será que o podemos comparar a uma mãe? Um bom artigo para ler aqui.

26 outubro 2005

Rosa Parks

Faleceu ontem Rosa Parks. Um excelente exemplo de luta pacífica. Esta senhora, negra, ousou não ceder o seu lugar no autocarro a um branco em 1955. E foi presa por isso. E esse pequeno acto despoletou um movimento pelos direitos dos negros, liderado por Martin Luther King, que todos conhecemos. Desde esse dia os EUA têm mudado bastante, mas tudo começou com esse pequeno acto pacífico, feito por uma senhora que estava a voltar do trabalho de autocarro.

As pequenas coisas fazem a diferença.

25 outubro 2005

A forma correcta

Muitas vezes nós temos esta atitude: "Eu gosto de músca rap, por isso, toda a gente tem de ouvir música rap!" A música pode tomar várias formas sem deixar de ser música.

Da mesma forma, a igreja pode tomar várias formas sem deixar de ser igreja. O importante é que a verdade central do Evangelho se mantenha. É importante afirmar que há um só Deus, mas não é importante se a igreja se reune em casas, igrejas-edifício ou naves espaciais.

Não existe uma só forma correcta. Devemos antes procurar a forma ideal dentro do contexto em que estamos inseridos. E essa forma ideal, na minha opinião, tem de ter em conta a missão da igreja de fazer discípulos. Ou seja, em vez de ser a forma que mais nos agrada, que nos é mais confortável, devemos ter a sensibilidade de procurar a forma que melhor alcança a comunidade à nossa volta. Mais do que pensar no que é melhor para mim, urge pensar no que é melhor para o próximo. E se a melhor forma de alcançar o próximo for fazer reuniões em código morse japonês em linguagem gestual, então é melhor começarmos a aprender isso.

24 outubro 2005

Questionar é bom?

Eu acho que sim. A minha experiência tem me ensinado que quanto mais questiono aquilo que acredito, mais firmes ficam as crenças que têm uma boa base. E é a única forma de alterarmos em nós aquilo que está mal.

Questionar é bom, e os líderes não devem ter medo disso. Questionar as coisas não é pôr em causa a liderança de uma igreja. É progredir. Nenhum de nós conhece toda a verdade. Nenhum líder conhece toda a verdade. Todos nós somos pessoas com crenças incompletas, que necessitam de ser questionadas, aperfeiçoadas, fundamentadas. E se não as questionarmos, isso não vai acontecer.

Falando dos judeus de Bereia, Lucas disse o seguinte: "Estes tinham sentimentos mais nobres do que os de Tessalónica, e acolheram a palavra com maior interesse. Examinavam diariamente as Escrituras para verificarem se tudo era, de facto, assim." (Actos 17:11)

Questionar é crescer.

Aquilo em que eu acredito

Todos nós temos tendência a pensar que a nossa realidade é que é a realidade correcta. A forma como eu vivo a igreja é que é a forma correcta, e por consequência, todas as outras formas são erradas.

Eu não consigo fazer esse tipo de afirmação. Não consigo porque o meu paradigma de como ser igreja já mudou bastante ao longo da minha vida. E de formas bem radicais. Aquilo que consigo afirmar, é que o cristianismo pode ser vivido de diversas formas no que respeita à forma como a igreja se junta e organiza.

No meio desse processo, as minhas crenças permaneceram as mesmas (90%, pelo menos), embora cada vez mais fortes. Continuo a acreditar que existe um só Deus, criador de todas as coisas. Acredito que esse Deus é o Deus do cristianismo. Acredito na trindade (para simplificar). Acredito que Jesus é plenamente homem e plenamente Deus. Acredito que Jesus ressuscitou e que voltará. Acredito que a salvação só é possível através de Jesus, e que é pela graça e não pelas obras que somos salvos. Mas também acredito que as obras são prova da salvação. Acredito nos dons do Espírito em manifestação nos dias de hoje. Acredito que a Bíblia é inspirada por Deus, superior a qualquer instituição, tradição ou pessoa. Acredito no baptismo e na santa ceia (embora acredite que a forma como a fazemos hoje em dia é demasiado simplificada). Acredito que Jesus nos chamou para fazer discípulos (e não apenas convertidos). E acho que se disser mais do que isto estarei a especificar mais do que é necessário.

Qualquer pessoa que perceba a diferença entre as denominações cristãs, conseguirá "catalogar-me", mas eu recuso-me a catalogar-me com mais do que: Eu sou cristão.

23 outubro 2005

A vida religiosa é parecida à vida espiritual

Às vezes tão parecida que quase não se distingue uma da outra.

O religioso é como o fariseu dos tempos de Cristo. Tem a aparência de pessoa santa, mas essa é apenas uma capa hipócrita da malícia que tem por dentro. À primeira vista parece um santo, mas quando se começa a conhecer a pessoa, vemos que é só fachada.

A pessoa espiritual, por outro lado, por ser humilde, sincera e transparente, pode parecer mundana à primeira vista, mas aquilo que está no seu coração logo vem ao de cima, e vemos a verdadeira identidade dessa pessoa.

21 outubro 2005

A globalização e a igreja local

Na geração dos meus pais, o mundo ainda não estava tão globalizado. As famílias ficavam sempre na mesma terra, e as pessoas que conhecíamos eram todas dali. E de certa forma isso continua a acontecer fora dos centros urbanos, embora o interior esteja cada vez mais deserto.

No contexto dos grandes centros urbanos a igreja local (igreja das pessoas de uma localidade) deixa cada vez mais de ter sentido. Os nossos relacionamentos estão cada vez mais dispersos. Eu vivo em Massamá, mas a maior parte das pessoas que conheci na universidade, e que conheço na empresa onde trabalho, vivem noutras áreas da grande Lisboa. E o mesmo acontece em termos de igreja. A grande maioria das igrejas já não é local, pois as pessoas que fazem parte delas não moram todas na mesma região.

Quanto mais globalizado for o nosso mundo, menos local será a igreja.

Todo o mundo está ligado

Estamos ligados a todas as pessoas no mundo através de 6 relacionamentos, no máximo. Esta frase não é absolutamente verdadeira(1), pois tem em conta o mundo desenvolvido, mas está muito próximo da verdade.

Tendo em conta isto, pensar que influenciar os nossos relacionamentos é muito pouco, é uma visão muito limitada da nossa vida. Nós podemos influenciar apenas os nossos relacionamentos, é verdade. Mas essas pessoas conhecem outras pesssoas, que conhecem outras pessoas, e assim por diante. Se cada um de nós fizer o pouco que podemos fazer com os relacionamentos que temos, o potencial de atingir toda nossa comunidade local é imenso. Nem penso no mundo todo, nem no país todo, mas na cidade em que vivemos.

Isso deve criar em nós um sentido de responsabilidade. Responsabilidade porque tudo o que fazemos tem consequências a nível global. Por exemplo, se eu deitar lixo para o chão, posso estar a influenciar outros negativamente, que farão o mesmo. Se eu reciclar, estou a influenciar outros positivamente, que podem começar a reciclar, e eles próprios poderão ser de influência para outras pessoas que eu nem conheço.

O processo de mudança de uma sociedade começa sempre por uma pessoa que influencia outra, e que com isso gera uma acção em cadeia.

(1) KLEINFELD, Judith S. "Could it be a big world after all?"

Capacidade de nos analisarmos

Há quem diga que esta é uma capacidade apenas dos humanos. Sermos capazes de olha para nós próprios, julgar as nossas acções, e mudar o curso da nossa vida.

Sem dúvida que temos essa capacidade, mas também temos o orgulho. E o orgulho muitas vezes impede-nos de usar essa capacidade. É uma pena, porque se nós utilizarmos essa capacidade, podemos melhorar em muito a nossa vida e a vida das pessoas que estão à nossa volta.

20 outubro 2005

Se os outros não fazem...

"Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada só porque podia fazer muito pouco." (Edmund Burke)

Esta frase aplica-se a muita coisa, mas neste momento estou a pensar mais nas questões ambientais. É verdade que cada um de nós pode fazer muito pouco para melhorar o ambiente, mas se cada um de nós fizer esse pouco, os resultados serão imensos.

Aqui está um bom sítio para ver algumas coisas que podemos fazer.

19 outubro 2005

Louvar a Deus a sério

É muito fácil para mim, e penso que para todos, louvar a Deus de boca. Muito mais complicado é fazer com que a minha vida seja um sacrifício contínuo de louvor a Deus.

Se fossemos impedidos de louvar a Deus com a nossa voz, até que ponto o nosso louvor a Ele seria afectado? Pouco ou muito? Será que a nossa voz fala mais alto que a nossa vida, ou será que a nossa vida fala mais alto?

O tradição e a doutrina

Quase toda a igreja-instituição tem uma tradição. Pode ser uma tradição escrita ou não, mas têm. E as pessoas tentam seguir à risca essa tradição o melhor que podem. O problema é quando a tradição se confunde com a doutrina.

A doutrina é algo imútavel. A verdade continua a ser a verdade seja em que época vivermos. Mas a forma como vivemos essa verdade pode mudar. Se eu louvo a Deus numa casa, num jardim, ou numa nave espacial é indiferente, desde que continuemos fiéis à doutrina.

As pessoas vêem com maus olhos a mudança na igreja porque pensam que a tradição é doutrina, mas não é. Defendem a sua tradição como se de doutrina se tratasse, como se fosse a única forma de viver o cristianismo. A forma de viver o cristianismo deve seguir o evoluir dos tempos. Uma igreja estagnada no tempo é uma igreja irrelevante para os que mais precisam dela.

Todo o Mundo é composto de mudança

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
(Camões)

Todo o Mundo é composto por mudança, e aqueles que não acompanham a mudança, tornam-se irrelevantes. Por isso Jesus não criou uma igreja cheia de rotinas. A igreja pode tomar a forma que quiser, desde que continue a ser fiel aos ensinamentos de Cristo e a ser relevante à sociedade dos seus dias.

Se só for fiel aos ensinamentos, perde a capacidade evangelística. Se só for relevante à sociedade, deixa de ser cristianismo e passa a ser outra coisa qualquer.

18 outubro 2005

Culto a Deus e a rotina

Continuo a pensar sobre a rotina no nosso relacionamento com Deus. Se nós queremos ter um relacionamento com Deus, então o nosso relacionamento com Ele tem de ser tudo menos rotineiro. Não podemos relacionar-nos com ele sempre à mesma hora, no mesmo lugar, com o mesmo ritual. Isso torna o nosso relacionamento com Ele cada vez mais distante e impessoal. Cada vez que repetimos a mesma coisa, o nosso envolvimento diminui.

Por isso as pessoas gostam tanto dos retiros, dos acampamentos, dos eventos especiais. Porque quebram essa rotina, e nos levam a relacionar-nos uns com os outros e com Deus de uma forma diferente. Estamos todos mais envolvidos, não porque um retiro é melhor, mas simplesmente porque é diferente, não é a mesma rotina de sempre.

Surge um novo modelo de igreja, e as pessoas abraçam-no pensando que esse modelo é melhor, porque de repente sentem-se novamente mais envolvidas com Deus. O modelo pode ser ou não melhor, mas o principal é ser diferente. Logo se tornará numa rotina, e as pessoas começarão a buscar um novo modelo. Deixamos de nos reunir em igrejas-edifícios, e passamos a reunir-nos em casas. Depois passamos a reunir-nos em jardins. Depois passamos a reunir-nos em naves. Ou então, se o problema é a "ordem de culto" (o programa), fazemos uma nova ordem de culto, que seguimos a partir daí. Mas nunca ficaremos satisfeitos.

Não imagino o meu relacionamento com a minha esposa assim. Levá-la a jantar sempre no mesmo sítio, dizer-lhe sempre as mesmas coisas, ir de férias sempre ao mesmo sítio, fazer sempre a mesma coisa ao fim de semana. Que seca seria a nossa vida.

Não será muito melhor cada vez ser uma coisa diferente? Não haver um dia marcado? Não haver uma ordem de culto? Não haver um sítio marcado?

17 outubro 2005

Rotina é bom/mau

Todos nós temos rotinas. Rotinas de trabalho, rotinas de tarefas de casa, todo o tipo de rotinas. Ter um rotina permite-nos fazer algo sem nos envolvermos nisso. Se eu tenho uma rotina para o caminho que uso de casa para o trabalho e vice-versa, não tenho que estar a pensar por onde estou a ir, e posso ocupar a minha mente com outras coisas mais interessantes (com os pássaros que vejo pelo caminho, com o que vou fazer quando chegar a casa, etc). Nesse sentido ter uma rotina é bom.

Por outro lado, o que dizer de coisas que requerem o nosso envolvimento? Um relacionamento com outra pessoa nunca pode seguir uma rotina, seria algo plástico, sem vida.

Por isso eu acredito que a igreja não deve ter uma rotina de culto. Se nós nos juntamos sempre da mesma forma para fazer sempre as mesmas coisas, acabaremos por ligar o "automático", e em vez de estarmos envolvidos no que estamos a fazer, estamos a pensar noutras coisas. Quantas vezes numa reunião, em vez de estar envolvido na coisa, estava a pensar no que ia almoçar a seguir, ou onde é que ia pendurar um quadro lá em casa? E penso que todos nós podemos dizer que isso já nos aconteceu de alguma forma.

Rotina para tarefas é bom. Rotina para relacionamentos (com pessoas, com Deus) é mau.

Saída de Campo a Peniche e Lagoa de Óbidos

Este Domingo fui a mais uma saída de campo da SPEA. Foi uma saída interessante. A Paula foi comigo, como se pode ver aqui (estamos a usar o telescópio da esquerda).

A parte de Peniche foi muito boa em termos de aves marinhas. Mas sem dúvida que nesse aspecto a saída às Berlengas foi muito melhor, pois via-se os pássaros mais de perto. E ficou claro para mim que observação de aves marinhas a partir de terra, têm de ser feitas com telescópio.

A parte da Lagoa de Óbidos desapontou-me um bocado. Apesar de termos visto bastantes espécies, a maioria estava longe (essencial o telescópio). E a variedade não foi muita. Tanto o Estuário do Tejo como o Estuário do Sado são muito melhores.

Vi duas espécies novas, ampliando a minha conta para 151. A Torda-mergulheira (alca torda) e o Ganso-de-faces-pretas (Branta bernicla). Em termos de fotos foi fraco, mas ainda consegui duas mais ou menos.

Alvéola-branca juvenil (Motacilla alba):
Alvéola-branca juvenil (Motacilla alba)

Gaivota-de-patas-amarelas (Larus cachinnans):
Gaivota-de-patas-amarelas (Larus cachinnans)

Internet precisa-se

Fiquei o fim de semana todo sem internet. É um experiência traumatizante. E eu até tinha coisas interessantes para escrever...

Hoje devo resolver o problema.

13 outubro 2005

Falcões

Hoje tive uma experiência fenomenal. Nas traseiras do meu prédio, por onde passo todos os dias a caminho do Comboio, estavam 4 falcões peneireiros a voar em círculos, e a piar. Parecia uma dança. Estiveram ali uns bons 2 minutos, e depois foi cada um para o seu lado.

Já antes tinha visto peneireiros ali, mas nunca mais de um. E nas outras vezes vi-os ou pousados no topo de um prédio, ou a passar por lá sem parar. Desta vez resolveram fazer show :)

Toda a criação reflecte a glória de Deus.

Ir ao culto

Encontrei um óptimo artigo aqui. Não é uma reunião semanal que é o nosso culto a Deus. O nosso culto a Deus é a nossa vida.

12 outubro 2005

As tarefas do líder

Liderar é uma ciência que requer muito tempo e perseverança. O líder importa-se mais com a pessoa do que com a tarefa. O líder não impõe a sua vontade sobre os outros, não faz uso do seu título ou posição hierárquica. O líder procura saber as vontades e desejos das pessoas, para que as possa orientar para tarefas que as façam sentir realizadas. O líder não só está aberto a sugestões das pessoas que lidera, como fomenta o diálogo e debate entre todos. O líder está disposto a mudar a visão e os projectos consoante a opinião das pessoas que lidera. O líder é respeitado de forma natural, não precisa de impôr a sua liderança sobre os outros. O líder ensina mais pelo exemplo do que pela palavra. O líder faz os outros participantes de todo o processo.

Já o chefe, manda fazer e está-se lixando para o resto. O que importa é que a obra seja feita.

10 outubro 2005

Ser líder pelo exemplo

Estou cansado de ver pessoas que abusam da sua posição de liderança. Que optam pelo caminho fácil da prepotência, da arrogância, do atropelo, da gritaria, das ordens sem razão. É fácil para o líder enveredar por esse caminho porque é o que custa menos. Basta mandar. Basta exercer a força da sua posição. Basta ameaçar.

O caminho mais difícil é bastante diferente. O caminho mais difícil implica ser um exemplo. Um exemplo de serviço, um exemplo de humildade, um exemplo de amor. E deixar que esse exemplo sirva de influência e inspiração a outros.

O Quarteto Fantástico

É um filme, mas não é bem um filme de super-heróis, é mais um filme de terror, mas ao mesnos um teve um final feliz. Estou a falar de Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, Isaltino Morais, e Avelino Ferreira Torres. Quatro casos diferentes, mas todos eles vergonhosos.

Não será justo colocá-los todos no mesmo cesto. Avelino já levou uma pena de 3 anos e arrisca-se a mais alguns. Fátima fugiu à justiça. Valentim Loureiro ainda não foi julgado, mas está acusado de muitos crimes. Isaltino tem uns problemas com umas contas na Suiça, mas não parece ser nada de muito grave. Ou seja, desde o criminoso já condenado, ao que talvez seja inocente, temos a panóplia completa.

Mas um líder deve ser uma pessoa isenta de polémicas com a justiça. Melhor seria esperarem que os seu casos fossem julgados. Mas estas pessoas preferiram ter a prepotência de se candidatarem. E o povo mostrou algo interessante. O líder pode ser uma pessoa com um processo na justiça, ou com vários, ou até pode fugir à justiça para outro país, mas se já foi considerado culpado, aí já não votam nele. Isso mostra o pouco valor que o povo dá à ética e ao carácter do líder.

Espero que este conceito não se alastre a outros meios. Um líder deve ser um exemplo de ética, de bom senso, de serviço. Não deve ser um ditador prepotente, por mais pessoas que consiga mover.

Edite Estrela

Desculpem lá estar só a falar de pessoas do PS, mas este ano calhou assim. Devem ter havido algumas afirmações imbecis dos outros partidos, mas as que ouvi foram estas.

A Edite Estrela disse, a propósito da vitória do Fernando Seara em Sintra, a seguinte frase: "As pessoas deixaram-se anestesiar pelo futebol e escolheram um comentador desportivo." Ou seja, não só o adversário é uma porcaria, apesar de ter ganho ao João Soares e ter feito mais em Sintra do que essa senhora fez em não sei quantos anos; como ainda o povo é burro. A culpa da derrota não é deles, portanto. É da burrice do povo.

Aprendamos a humildade com mais este exemplo de prepotência.

09 outubro 2005

Igreja a sério

Hoje em dia usamos a palavra igreja para tudo. Para identificar um edifício, uma denominação cristão, uma organização, uma sociedade, há para todos os gostos. Nós vamos à igreja, nós mudamos de igreja, nos construímos igrejas, juntamo-nos na igreja, etc.

Raramente usamos a palavra igreja para aquilo que a palavra realmente significa, a comunidade dos crentes em Cristo Jesus. Raramente dizemos que somos a igreja, que estamos com a igreja, ou que a igreja foi a um piquenique.

É pena que uma palavra tão valiosa tenha perdido o seu significado.

Qual a igreja que merece mais crédito?

Essa é uma pergunta que me fizeram recentemente num comentário deste blog, provavelmente usando o termo igreja como identificador de denominação cristã. A primeira coisa que é preciso pensar é qual o critério que se pode usar para definir qual a igreja que merece mais crédito? A experiência? A longevidade? O número de membros? A taxa de crescimento numérico? A quantidade de pombos que dorme à noite no seu telhado? A que recebe mais crédito do banco? A que envia mais missionários?

Na minha opinião, nenhum destes critérios serve para mais do que para lutas insignificantes. Na minha opinião, a igreja com mais crédito é aquela igreja que está mais perto dos princípios de Cristo. É a que está mais perto de Deus. É a que segue os mandamentos e a prática de Cristo mais à risca.

Tendo em conta isso, a resposta à pergunta é nenhuma. Porquê? Porque esse é um critério que é muito subjectivo do nosso ponto de vista. É super objectivo do ponto de vista de Deus, mas nós não temos capacidade suficiente para definir qual é a igreja com mais crédito, porque nenhum de nós tem a capacidade de ter a percepção completa dos princípios e práticas de Cristo. Só Deus sabe.

Todas as igrejas têm erros e pecados, e se afirmamos que a nossa é a melhor, adicionamos a todos esses erros e pecados a prepotência e a falta de humildade. Tudo o que podemos fazer é, dentro da nossa própria consciência, tentarmos compreender e cumprir o caminho de Cristo o máximo possível. Quanto ao resto, cabe a Deus julgar.

Manuel Maria Carrilho

Não pensem que isto se está a tornar num blog político. Falo do Carrilho como exemplo de prepotência.

Há não muito tempo, essa pessoa teve uma atitude bastante incorrecta para com o seu opositor. No fim de um debate, quando o outro foi para o cumprimentar, ele voltou as costas e ignorou-o completamente. Claro que ele nunca teria feito isso se soubesse que isso iria para o ar, mas infelizmente para ele foi, e toda a gente ficou a saber do seu mau feitio.

Hoje, ao que tudo indica, ele perdeu as eleições em Lisboa. Nada de espantoso. Uma pessoa que tem essa atitude, e que depois tenta corrigir a atitude pondo a mulher famosa na rua para ver se recupera a imagem, não podia esperar outra coisa. Mas hoje superou-se. O seu nº2, em declarações à TV, ao saber das projecções lhe davam a derrota, disse que a culpa foi da campanha dos outros, que ao os criticarem tanto, não permitiram que as pessoas ouvissem o que eles tinham para oferecer.

Que líderes querem ser estes, quando a uma atitude prepotente perante o adversário, ainda lhe adicionam a atitude de pôr a culpa nos outros. Fariam melhor figura se olhassem para si próprios, e vissem que perderam porque tiveram atitudes imbecis. Aprendamos a humildade com isto.

08 outubro 2005

Intervenção Comunitária

Ontem estive a ver a minha Paula a falar sobre Intervenção Comunitária na Comunidade Cristã de Algueirão. Fiquei bastante feliz com a reacção das pessoas, deu para perceber que ficaram realmente motivadas a intervir na sua comunidade.

Penso que este tema deveria ser falado em muito mais igrejas, porque a sensação que tenho é que a intervenção social só é feita com o objectivo de ter conversões. Avaliamos os resultados com base no número de pessoas que se converteram. Por isso, somos justamente apelidados de interesseiros, fazemos o bem para que pessoas se convertam. Mas eu creio que devemos fazer o bem simplesmente por amor às pessoas e a Deus. Se no processo alguém se converter, graças a Deus, mas a intervenção social é um fim em si mesmo, e não um meio para chegar a um fim (evangelização). Intervenção social não é manipulação.

07 outubro 2005

Eleições autárquicas

Vou votar num só porque não quero que o outro ganhe. É triste, mas é a realidade. Ao que a política chegou, em vez de votarmos em alguém em quem acreditamos, votamos no que pensamos que vai causar menores estragos.

Evolucionismo, Criacionismo, e os outros ismos

Dizer que existem duas visões do começo dos tempos, o evolucionismo e o criacionismo, é uma afirmação bastante redutora. Vou tentar fazer uma exposição das várias formas de ver o início de tudo.

Criacionismo terra jovem: Acreditam que tudo foi criado por Deus há sensivelmente 6000 anos atrás, e que a terra tem essa idade. É a posição mais conservadora.

Criacionismo terra velha: Acreditam que a terra foi criada há milhões e milhões de anos, mas o ser humano foi criado muito mais recentemente. A explicação para isso varia. Uns acreditam quem em Génesis 1:2 existe um intervalo de bibliões de anos, outros que os 6 dias de Génesis são na realidade 6 períodos de biliões de anos. Outros ainda acreditam que houve uma criação progressiva, com períodos de criação espontânea e outros de processo "evolutivo" moldado por Deus.

Criacionismo evolutivo: Acreditam que Deus criou todas as coisas, e que o processo evolutivo foi uma ferramenta usada por Deus para a criação de tudo o que temos.

Desenho Inteligente: É muito parecido ao criacionismo evolutivo. Não afirmam que Deus criou o universo, mas afirmam que certas coisas do universo e do ser humano são melhor explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo indirecto como a selecção de espécies de Darwin.

Evolucionismo: Isto é o que aprendemos na escola, que houve o Big Bang, e a partir daí houve um processo evolutivo que continua até hoje.

06 outubro 2005

A imprensa só dá para rir

Depois de ver aquele artigo do Times, não posso deixar de deixar os meus desabafos sobre a imprensa. Até hoje, não houve um único artigo ou reportagem televisiva que retratasse correctamente um evento do qual eu tivesse conhecimento de causa. E não estou a falar de erros pequenos. Estou a falar de pegar numa estória e moldá-la completamente (para não dizer deturpá-la). Por isso para mim, a imprensa, logo a seguir aos políticos e aos comerciais, é a classe que pela qual tenho menos respeito.

Menos grave, e hilariante, é o quando usam um título sujestivo, mas depois quando se lê o conteúdo, vê-se que não tem nada a haver. Foi o que aconteceu no artigo anterior.

Triste, é ver que a imprensa, em vez de informar, serve para moldar a forma de pensar do povo.

A igreja católica já não acredita na Bíblia

Pelo menos é isso que aparece neste artigo do Times.

Uma leitura com atenção mostra que não é bem assim. O que eles dizem é que Génesis não pode ser interpretado literalmente como um relato histórico.

Todas as semanas deviam ser assim

Todas as semanas deviam ter um feriado à quarta-feira. Nem que se trabalhasse 10 horas nos outros dias em vez de 8.

05 outubro 2005

Fábrica da Pólvora

No âmbito do projecto IMPACTO, uma das actividades será a construção de caixas para ninhos, que posteriormente serão colocados num jardim da zona de Massamá. Além disso talvez se faça uma saída de campo para observação de aves. A ideia é trabalhar com as motivações dos jovens, ao mostrar-lhes que eles são capazes de influenciar positivamente no meio ambiente. Por isso, hoje fui à Fábrica da Pólvora para ver se seria o sítio indicado para tal.

Para quem não conhece, a Fábrica da Pólvora é um jardim aqui bem perto de Massamá. Tem uma grande variedade de árvores, e é atravesado por uma ribeira. Para ser sincero, não dava muito por esse jardim. Não pensei que tivesse muitas variedades de aves. Mas fiquei muito impressionado com o que vi. Vi 14 espécies diferentes de aves, e entre elas até vi uma que nunca tinha visto, o Chapim-rablilongo (Aegithalos caudatus), que aumenta a conta para 149 aves. Além disso até consegui tirar várias boas fotos dos Papa-moscas (Ficedula hypoleuca):

Papa-moscas (Ficedula hypoleuca)Papa-moscas (Ficedula hypoleuca)

Quanto a caixas para os pássaros, vi lá algumas, mas parece-me que ainda há muito espaço para mais.

04 outubro 2005

Uma experiência com Deus

A semana passada vi um programa na RTP 2 (o único canal que ainda presta) sobre a passagem de Hans Christian Andersen por Portugal. Para ele, estar em contacto com a natureza e com as pessoas era a maior experiência cristã que ele podia ter. Dava a isso muito mais importância do que a ir à igreja-edifício.

Eu tenho que concordar com ele absolutamente. Não é que o "ir à igreja" não seja uma experiência positiva e importante, mas para mim o contacto com a natureza e com as pessoas é em si uma experiência com muito mais valor. Quando observo a natureza que Deus criou, não posso deixar de me maravilhar com o seu poder ou com o seu amor. Nunca tive um contacto com a natureza que fosse aborrecido, ou em que estivesse presente em corpo mas a viajar na mente. Mas na igreja-edifício isso já me aconteceu muitas vezes.

E aconteceu quando? Quando o sentimento de comunidade não existia, quando a prática religiosa não me dizia nada, quando tudo era um ritual sem sentido, quando as regras eram tantas que não havia espaço para a criatividade. Eu acredito que a igreja pode ser muito mais do que isso, basta observar a natureza que Deus criou, que é nova a cada manhã, e em que há sempre algo a descobrir. E aprender.

Relacionamento interdenominacional

Na realidade as coisas que separam as várias vertentes cristãs são muito poucas. Na grande maioria são mesmo detalhes. E se é verdade que devido a essas diferenças é mais sábio fazer determinadas coisas em separado, é ainda mais verdade que muitas das coisas fazem sentido serem feitas em conjunto. Principalmente tudo o que tenha a haver com convívio e debate saudável. É verdade que nunca concordaremos em tudo, mas sem dúvida que a nossa experiência cristã será mais emriquecida ao compreendermos porque os outros acreditam no que acreditam. Se respeitarmos a ideia de cada um, e baixarmos um pouco as nossas defesas, veremos que todos temos muito a aprender uns com os outros.

Política de links

Gostaria de clarificar a minha política em relação aos links que tenho na barra direita do meu blog. Uma vez que pela minha experiência muitos links é igual a as pessoas acabarem por não ver nenhum, decidi colocar ali os blogs que considero serem os melhores, e num ou noutro caso pessoas com quem tenho um relacionamento próximo. Se fosse colocar todos os blogs que vejo regularmente, seria no mínimo 50 links.

03 outubro 2005

IMPACTO

No próximo sábado vai começar algo que temos estado a preparar há algum tempo: o projecto IMPACTO. O objectivo é trabalhar com a motivação de crianças carenciadas dos 8 aos 14 anos. Vão ser desenvolvidas diversas actividades que permitam às crianças verem as suas capacidades, experimentarem diversas coisas, e com isso motivá-las a procurar aquilo que desejam fazer da sua vida.

O projecto tem também um segundo objectivo de criar contactos com várias famílias carenciadas em Massamá, para que possamos desenvolver outro tipo de projectos para outras faixas etárias. Ideias já existem, mas é necessário fazer um levantamento das necessidades da população.

A pouco e pouco vamos fazendo aquilo que é suposto a igreja fazer.

É a fama...

Hoje o blog recebeu o primeiro de muitos prémios (reparem na humildade). Acabou de ser galardoado com o prestigiado prémio Blogo de Ouro. Quer dizer, na realidade foi mais de prata, visto que fiquei em segundo lugar.

Agora é só esperar pela estatueta, que espero que chegue eventualmente. Ou não? Será que aquelas estatuetas são só a fingir? E os resultados concretos? Quantos votos tive? Será que se eu não tivesse votado no que está em primeiro, e tivesse votado em mim, teria ganho?

Hoje o blogos de ouro, amanhã o mundo...

02 outubro 2005

Saída Pelágica às Berlengas

Forte de São João BatistaEsta foi uma saída muito boa, em todos os sentidos. Eu nunca tinha ido às Berlengas, por isso ia com a espectativa de ver não só as aves, mas também as ilhas. E foi óptimo porque vimos todas as ilhas bem de perto, inclusivé as Estelas e os Farilhões. É uma viagem que vale muito a pena fazer.

Quanto às aves propriamente ditas, vi 9 espécies novas, mas não consegui fotografar nenhuma (fora um Ganso Patola desfocado e dois falcões peregrinos do tamanho de um alfinete). Assim, a minha lista de espécies vistas passa para 148. Gostei especialmente das Cagarras, pela forma como deslizam junto ao mar. Quase não batem as asas. E gostei também bastante de ver os alcatrazes a mergulhar. Além das aves vimos um coelho, e na viagem de volta vimos um peixe lua.

Novas aves vistas:

Fura-bucho do Mediterrâneo (Puffinus yelkouan)
Alcatraz (Morus bassanus)
Cagarra (Calonectris diomedea)
Alcaide (Stercorarius skua)
Pardela Preta (Puffinus griseus)
Falcão Peregrino (Falco peregrinus)
Galheta (Phalacrocorax aristotelis)
Moleiro do Ártico (Stercorarius pomarinus)
Negrola (Melanitta nigra)

ObservandoCaminhando

Update: Mais fotos

Farol das BerlengasPorto das Berlengas
Gaivotas de Patas Amarelas (Larus cachinnans)