23 outubro 2005

A vida religiosa é parecida à vida espiritual

Às vezes tão parecida que quase não se distingue uma da outra.

O religioso é como o fariseu dos tempos de Cristo. Tem a aparência de pessoa santa, mas essa é apenas uma capa hipócrita da malícia que tem por dentro. À primeira vista parece um santo, mas quando se começa a conhecer a pessoa, vemos que é só fachada.

A pessoa espiritual, por outro lado, por ser humilde, sincera e transparente, pode parecer mundana à primeira vista, mas aquilo que está no seu coração logo vem ao de cima, e vemos a verdadeira identidade dessa pessoa.

6 comentários:

Anónimo disse...

Podes crer, estou farto de conheçer pessoas que vão á igreja tds os domingos, fizeram eucaristia etc tudo isso, entram lá dentro com um ar de culpa e aborrecimento e saem de lá para continuarem as suas vida vazias e sem sentido a não ser para elas mesmas... eu nao devo entrar numa igreja desde os seis anos e se entrasse numa agora o mais certo era começar a arder( piada de mau gosto) no entanto conheço muito poucas pessoas que não tem qualquer ligação á igreja(como eu) ms que fazem voluntariado e que procuram na medida do possivel fazer com que este mundo seja um pouco melhor para alguns...como ja disse sou um humanista e é nisso que sempre hei de acreditar, e para ser sincero~nao encontro nada mais proximo do que dizem ser a vontade de cristo do que isso...

Nuno Barreto disse...

Bip, acho que não tenho deixado de explorar isso desde há muito tempo, e este blog é um reflexo disso mesmo. A espiritualidade que procuro é uma espiritualidade cristã, como não podia deixar de ser. E é uma espiritualidade cristã longe das tradições que vemos na religião organizada. Uma espiritualidade ao mesmo tempo simples e profunda.

Anónimo disse...

E tu, n.b., a qual dessas duas "raças" pertences?
Ou me engano muito, ou a tua "igreja simples" não é carne nem peixe, mas tipo i.u.r.d.
"Presunção e água benta..."

Nuno Barreto disse...

Eu tento ser espiritual, não religioso. Afirmar que não sou religioso já é uma coisa que não sou capaz de dizer, mas tento não o ser.

A igreja a que pertenço é a igreja de Cristo. Prefiro não me identificar com nenhuma denominação, porque a partir do momento em que começamos a criar denominações, começamos também a criar divisões. Mas posso dizer que levo o cristianismo muito a sério.

Tenho pena que te sintas ofendido com as críticas que faço à falta de sinceridade em determinados cristãos. Provavelmente não és um deles. Mas não me sentiria bem se continuasse calado perante esse problema tão grave.

Não afirmo que eu seja melhor que os outros, muito pelo contrário. Muitas das críticas que faço foram coisas que tive de mudar em mim mesmo.

Anónimo disse...

Acho que desta vez foste, e ainda bem, "eticamente correcto".
Mas nem sempre devemos ser assim, só para agradar a A ou B, como bem saberás.
Mas também não devemos ir, quanto a mim, para o extremo oposto, como foste na mensagem em questão, lamentavelmente, ao acusares, injusta e ingratamente, cerca de um milhão de Cristãos católicos (para já não falar nos protestantes), de "fariseus", ou "hipócritas" (tais como os do tempo de Cristo histórico), só porque são... "religiosos", no melhor dos sentidos.
Será que tens assim, em tão pouca conta, as inúmeras Ordens e Intitutos Religiosos católicos, que tanto bem fizeram e fazem ao Mundo e sobretudo às Almas; ou as avultadas Obras de Beneficência morais e sociais, de cariz religioso, espiritual e cristão, só porque são... católicas?!
Não acredito!
Por isso dei a resposta que dei, ainda que com alguma ironia e exagero (e só por isso peço desculpa), não só porque sou Católico (graças a Deus), mas sobretudo porque me considero um Cristão que tenta ao máximo ser digno desse sagrado nome, dando o melhor que posso, com profundo reconhecimento à Igreja de que faço parte, apesar de tudo, de muitas limitações, até porque não há igrejas/religiões perfeitas, porque constituídas por homens (feliz ou infelizmente), e jamais por anjos.

Nuno Barreto disse...

Não tentei ser éticamente correcto. Tentei é ser o mais sincero possível.

Eu não tentei acusar católicos ou protestantes. Eu acusei aqueles que aparentando serem espirituais, não o são, como os fariseus dos tempos de Jesus.

Ser religioso não implica ser espiritual, e vice versa. É possível ser religioso e não ser nem cristão nem espiritual. É possível seguir uma religião cristã (catolicismo, protestantismo, etc) e não ser cristão (não seguir a Cristo). É mais fácil seguir uma religião (conjunto de regras) do que seguir Cristo.

Aquele que é genuinamente cristão, é, por consequência, espiritual. Fazendo parte ou não de uma determinada denominação cristã (católica, protestante, evangélica, ortodoxa, etc), ele segue acima de tudo Cristo, pondo sempre as Escrituras acima da liderança da sua denominação. Ou seja, está sempre pronto a por em causa a tradição religiosa da sua denominação (seja ela escrita ou não) se essa tradição for contra o que está escrito nas Escrituras.

Espero ter clarificado melhor o que queria dizer com este artigo.