04 outubro 2005

Uma experiência com Deus

A semana passada vi um programa na RTP 2 (o único canal que ainda presta) sobre a passagem de Hans Christian Andersen por Portugal. Para ele, estar em contacto com a natureza e com as pessoas era a maior experiência cristã que ele podia ter. Dava a isso muito mais importância do que a ir à igreja-edifício.

Eu tenho que concordar com ele absolutamente. Não é que o "ir à igreja" não seja uma experiência positiva e importante, mas para mim o contacto com a natureza e com as pessoas é em si uma experiência com muito mais valor. Quando observo a natureza que Deus criou, não posso deixar de me maravilhar com o seu poder ou com o seu amor. Nunca tive um contacto com a natureza que fosse aborrecido, ou em que estivesse presente em corpo mas a viajar na mente. Mas na igreja-edifício isso já me aconteceu muitas vezes.

E aconteceu quando? Quando o sentimento de comunidade não existia, quando a prática religiosa não me dizia nada, quando tudo era um ritual sem sentido, quando as regras eram tantas que não havia espaço para a criatividade. Eu acredito que a igreja pode ser muito mais do que isso, basta observar a natureza que Deus criou, que é nova a cada manhã, e em que há sempre algo a descobrir. E aprender.

4 comentários:

Paula disse...

Pois é Nuno, e haver espaço paraa criatividade é muito inportante.

Anónimo disse...

Sim, é fixe ir fazer uma caminhada e observar aves (não estou a ser irónico, também gosto disso). Mas a igreja, o grupo de irmãos não o edifício, é muito mais importante. Não há comparação possível. É na igreja que partilhamos, que somos corrigidos, que aprendemos a ser corpo de Cristo.

Nuno Barreto disse...

Por isso eu falei do contacto com a natureza e com as pessoas. Não somente com a natureza. É verdade que o corpo de Cristo é super importante, e não estou a falar contra isso. Estou a dizer que estar em contacto com a natureza e com as pessoas (crentes e não só) é uma experiência cristã muito mais enriquecedora do que um ritual. E a igreja é suposto ser isso mesmo, contacto entre as pessoas. Intimidade. Verdadeiros relacionamentos. O problema é quando se torna apenas num ritual sem sentido.

Nuno Barreto disse...

Aliás, deixa-me acrescentar mais uma coisa. Não deve haver comparação possível com a comunhão com os outros cristãos. Esse é o ideal. O facto de isso não acontecer é prova de que precisamos mudar a igreja, de a tornar mais humana, mais relacional. De a tornar uma verdadeira família.