23 novembro 2005

O dinamismo das maiorias e das minorias

Na vivência democrática dos nossos dias, seria de pensar que as minorias não só seriam marginalizadas, como desapareceriam com o tempo. Mas pensar assim é pensar de uma forma demasiado linear. É que a grande maioria das pessoas pertence a pelo menos uma minoria. E quase todas as pessoas pertencem a pelo menos uma maioria.

O mundo rege-se de uma forma muito dinâmica, com várias alianças dependendo das convicções de cada um. Alianças que se cruzam umas com as outras. As pessoas juntam-se a um grupo por determinada convicção, mas a um outro por uma outra convicção. E nesse outro grupo estão pessoas que vão contra as convicções do primeiro grupo. O processo democrático é assim um emaranhado de grupos e de relacionamentos, em que todos fazemos parte de maiorias e minorias.

Tendo em conta isso, não faz nenhum sentido estarmos a hostilizar as pessoas que pensam de forma diferente em determinado ponto, e muito menos tornar um grupo exclusivista em assuntos que não dizem respeito a esse grupo. Todos vamos acabar por discordar em determinados pontos. É impossível ter um grupo completamente homogéneo. É necessário haver liberdade de pensar de formas diferentes, e de permitir este dinamismo entre grupos.

Eu sei que isto é muito teórico, talvez venha a expandir este pensamento no futuro.

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