19 setembro 2005

Não há topo num globo

Tenho estado a pensar numa analogia interessante, acerca da forma como temos razão ou não, e de como mudamos de opinião. Penso que nesse sentido podemos ver a vida como um globo, onde estão posicionadas todas as pessoas do mundo. Quanto maior a diferença entre nós e a outra pessoa, maior a distância no globo entre nós e ela, até que o limite máximo é o ponto oposto do globo.

Na nossa posição, temos a perspectiva de nós estarmos no topo, e todas as outras pessoas estarem abaixo de nós. Ou seja, em princípio, nós é que temos razão. E quando outra pessoa confronta a nossa opinião, nós sentimos que devemos descer ai nível dela, enquanto que a outra pessoa (porque pensa estar também no topo) tem a perspectiva de nós estarmos a subir ao nível dela. E é exactamente essa perspectiva que nos leva a ter problemas em mudar a nossa opinião, porque não se trata apenas de uma opinião, mas de uma posição hierárquica.

Todos devemos aperceber-nos que estando num globo, todos estão ao mesmo nível. Apenas estamos em posições diferentes. E quando mudamos algo, não descemos nem subimos, limitamo-nos a mudar de posição nesse globo.

Nenhum de nós é superior a ninguém, todos estamos ao mesmo nível, e todos devemos estar abertos a rever a nossa posição e a corrigi-la se necessário. Nesse globo também podemos imaginar Jesus, como o ponto no globo para o qual todos devemos gravitar. Ele é o único ponto no globo que não precisa de mudar de posição.

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