30 junho 2005

Edifícios q.b.

As igrejas estão viciadas em edifícios. O edifício é visto como uma pedra fundamental da igreja, e se não houver edifício parece que não há igreja. As atenções e as finanças estão focalizadas no edifício, muitas vezes. Tudo está centrado no edifício. As actividades todas da igreja são feitas no edifício.

Muitos dos edifícios que foram construídos pelas igrejas estão hoje às moscas. Muitos que conheço que pensavam que o edifício ia resolver todos os problemas, acabaram por ver que o edifício não fez crescer a igreja, a não ser em dívidas. Muitas igrejas que começaram com formas simples, em que a comunidade era forte, passado algum tempo de terem um edifício, gradualmente perderam o conceito de comunidade. Por outro lado, a igreja do tempo dos apóstolos reunia-se em casas, na rua, nos templos pagãos, nos edifícios estatais, onde fosse. O edifício não era algo central.

O problema é quando o edifício deixa de servir a igreja, e passa a ser a igreja a servir o edifício.

6 comentários:

Paula disse...

De acordo.
O edifício faz sentido se vier de uma necessidade. É um meio, um recurso e não o centro das atenções.
E é chocante para mim quando, por ex, se discute que é importante gastar dinheiro em mudar os bancos pq n são confortáveis ou comprar um ar condicionado qdo n se investe em trabalho fora do edifício.
A mim faz-me comichão...

Nuno Barreto disse...

O ar condicionado ajuda à conversão de pessoas. Está provado que uma igreja com ar condicionado tem um aumento de conversões na ordem dos 0,00001%

Paula disse...

Hihihihihihi
Então bora investir num ar condicionado!
0,000001% é quê? um dedo do pé de alguém que virá a converter-se?
Tou a ser mazinha, eu sei...

Jorge Oliveira disse...

O problema penso que não reside nos edíficios (até porque são inertes), onde está o cerne da questão é o coração das pessoas que muitas vezes também é inerte...

Anónimo disse...

Pois, o edifício não tem culpa nenhuma. Mas que ele é o orgulho da nação, lá isso é. E que sem edifício não tens igreja, também é "verdade". Ou seja, faz-me lembrar uma estufa. Tudo é feito na estufa, tudo é para a estufa, e requer um cuidado especial porque a estufa é um ecossistema delicado. Assim, começa-se a cuidar da estufa e do que está dentro da estufa. Tudo o que se encontra do lado de fora não interessa. E às tantas a estufa deixa de servir a plantação, e passa a ser a plantação a servir a estufa.
DAh! que comparação mais "estapafurdia". Agora também não vou apagar.

Nuno Barreto disse...

Não me parece tão estapafúrdio assim. É ridículo pensar na plantação a servir a estufa. E também deveria ser igualmente ridículo pensar numa igreja a servir o edifício. Mas a realidade é que acontece muitas vezes.