26 agosto 2005

O que é o Dízimo

Dizer que o dízimo é 10% do que recebemos é uma visão um bocado simplista da coisa. Temos de analisar o antigo testamento para perceber exactamente o que é o dízimo.

Havia duas formas diferentes de dar o dízimo. A cada 3 anos, nos dois primeiros o dízimo era comido (estamos a falar de alimentos) pelos próprios dizimistas nos 7 dias da festa dos tabernáculos (Deuteronómio 16:14-15). E no 3º ano o dízimo era assim:

"Quando acabares de separar o dízimo de todos os teus produtos, no terceiro ano, que é o ano do dízimo, e o tiveres dado ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, eles o comerão às portas da cidade e ficarão saciados. Dirás, então, na presença do SENHOR, teu Deus: 'Tirei da minha casa o que era consagrado para o dar ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, conforme os mandamentos que me ordenaste; não os esqueci nem os transgredi. (...)'" (Deuteronómio 26:12,13)

Ou seja, só em 1 a cada 3 anos é que se dava o dízimo. Mas não era todo para os levitas (a classe sacerdotal, ou seja, os padres, pastores, etc), uma parte era para os levitas, mas o resto era para os necessitados. Os estrangeiros, os órfãos e as viúvas.

Como é diferente a visão actual do dízimo...

7 comentários:

Anónimo disse...

Há uma questão prática: o sustento da própria igreja. Se defendemos a separação da igreja e do estado logo defendemos também que cada igreja deve ser sustentada apenas pelos seus membros. Parece-me sensato e justo que cada membro contribua segundo as suas posses, e daí a fixação de uma percentagem. Se a Bíblia fala em dízimo, dez por cento, porque não aproveitar esse número?
Mas a tarefa do dizimísta não acaba com a entrega da oferta. O uso dado a esse dinheiro também deve ser escrutinado. E aqui a importância do sistema congregacional.

Nuno Barreto disse...

Concordo que a igreja deva ser sustentada pelos seus membros, e que o uso das finanças da igreja deva ser público. Se o dízimo é uma forma justa ou não de isso ser feito, penso que não, porque 10% é mais difícil para umas pessoas do que outras, principalmente para as que têm poucas posses. Mas respeito essa opinião.

Anónimo disse...

Bom, se dez por cento é injusto queres dizer que Deus é foi injusto quando instituiu o dízimo? Eu acho que não queres dizer isso, obviamente.
Mas eu, neste ponto, vou até mais longe. Defendo, olhando o modelo bíblico, que todos os impostos (do Estado) devem ser proporcionais. O que não acontece actualmente - os ricos pagam 40%, os remediados 25% e os pobres 15% (números arredondados).

Nuno Barreto disse...

Teremos que ter em atenção o que era o dízimo na altura para perceber se Deus foi justo ou injusto. Eu penso que não foi injusto, até porque os desfavorecidos em vez de pagarem dízimo, recebiam dízimo.

Quanto à proporcionalidade dos impostos do estado... eu procuro não falar de política, mas parece-me a mim que se todos pagassem a mesma percentagem, o fosso entre ricos e pobres iria aumentar.

Mas ao menos descobri que sou rico, pois se juntar irs+iva+segurança social, pago por volta dos 40% :)

Anónimo disse...

Ok, essas tuas achegas acerca do dízimo vão fazer-me ler as passagens sobre o assunto.
Quanto ao falar de política, percebo o teu cuidado em não a misturares com o pensamento cristão. Mas parece-me também que é na Bíblia que podemos buscar os modelos para as nossas escolhas políticas. Qual a maneira justa de cobrar impostos? Sinceramente, não em parece que o Robin dos Bosques seja um modeleo bíblico...
Quanto exemplo (aproximado) que dei refere-se apenas ao IRS. Portanto, lamento desiludir-te mas ainda não és rico... :)

Nuno Barreto disse...

Oh pá, e eu que já estava a pensar que era rico!

Se quiserem estudar mais sobre o assunto, este (PDF) é um bom sítio.

Paula disse...

Para mim falar de dízimo é falar de mais uma lei que nos nossos dias não me faz sentido... faz-me sentido darmos o que queremos dar, sinceramente para o Senhor. E a Igreja Organização não deve estar preocupada se terá dinheiro ou não, deixando os seus membros sem a obrigação do dízimo, mas sim das ofertas.... porque Deus proverá TUDO.