23 agosto 2005

O valor dado à arte

Se a igreja (edifício) necessita de mudar a canalização, ninguém pensa em pedir a um canalizador da igreja para o fazer de graça. E muito menos pede que o mesmo canalizador além de trabalhar de graça, ainda seja ele a gastar no material que vai ser usado. Até porque pareceria um bocado estranho. Claro, se alguém quisesse fazer isso voluntáriamente, tudo bem. Mas ninguém acha correcto exigir isso de um canalizador só porque é membro da igreja. E muito menos o canalizador seria mal visto pelas outras pessoas se desempenhasse a sua função fora da igreja.

No entanto, se a pessoa for um músico, as coisas mudam de figura. O músico da igreja só pode tocar na igreja, de graça, e tem que entrar com o material. E se alguém sequer pensa em dizer que gostava de receber algum dinheiro pelo que faz, então já é visto como um desviado. Se alguém quer tocar música fora da igreja, é pior que um desviado. E se alguém não quer que uma música criada por ele seja usada na igreja sem que paguem direitos de autor, é visto como o próprio anti-cristo.

Se esse é o padrão, então que ninguém na igreja receba ordenado, que todos contribuam gratuitamente com os seus serviços, quer sejam músicos, canalizadores, pedreiros ou pastores. Ou as artes são menos dignas de salário?

1 comentário:

Paula disse...

Para muitos as artes são entretenimento... apenas.... para esses o dinheiro é mal gasto, mas para o pastor, esse sim é que prega a palavra, é muito bem empregue... ai ai, existem tantas ideias absurdas...