24 outubro 2005

Aquilo em que eu acredito

Todos nós temos tendência a pensar que a nossa realidade é que é a realidade correcta. A forma como eu vivo a igreja é que é a forma correcta, e por consequência, todas as outras formas são erradas.

Eu não consigo fazer esse tipo de afirmação. Não consigo porque o meu paradigma de como ser igreja já mudou bastante ao longo da minha vida. E de formas bem radicais. Aquilo que consigo afirmar, é que o cristianismo pode ser vivido de diversas formas no que respeita à forma como a igreja se junta e organiza.

No meio desse processo, as minhas crenças permaneceram as mesmas (90%, pelo menos), embora cada vez mais fortes. Continuo a acreditar que existe um só Deus, criador de todas as coisas. Acredito que esse Deus é o Deus do cristianismo. Acredito na trindade (para simplificar). Acredito que Jesus é plenamente homem e plenamente Deus. Acredito que Jesus ressuscitou e que voltará. Acredito que a salvação só é possível através de Jesus, e que é pela graça e não pelas obras que somos salvos. Mas também acredito que as obras são prova da salvação. Acredito nos dons do Espírito em manifestação nos dias de hoje. Acredito que a Bíblia é inspirada por Deus, superior a qualquer instituição, tradição ou pessoa. Acredito no baptismo e na santa ceia (embora acredite que a forma como a fazemos hoje em dia é demasiado simplificada). Acredito que Jesus nos chamou para fazer discípulos (e não apenas convertidos). E acho que se disser mais do que isto estarei a especificar mais do que é necessário.

Qualquer pessoa que perceba a diferença entre as denominações cristãs, conseguirá "catalogar-me", mas eu recuso-me a catalogar-me com mais do que: Eu sou cristão.

4 comentários:

Paula disse...

Sim, eu tb quero ter a mesma categoria que tu: Cristã!

Nuno Barreto disse...

É isso mesmo, Lenita. Obrigado pelo contributo :)

Vítor Mácula disse...

Caro Nuno Barreto.

A fixação de conteúdos deve dar-se nas constantes, permitindo às variáveis uma dinâmica interna e externa orientada pelas constantes.
No caso do cristianismo, as constantes são evidentemente o fundo básico da fé, que você expõe. As variáveis permitem a relação com todo o resto, assim como um aprofundamento das constantes.
Senão temos o “farisaísmo” – isto é, a não-vida.
Folgo muito que você seja um cristão vivo.

Um abraço.

Nuno Barreto disse...

Tenho que admitir que tive de ler duas vezes para perceber, mas sem dúvida que é uma exposição profunda e correcta daquilo que eu quis dizer com o artigo.