04 julho 2005

Activismo religioso

Este artigo da Paula inspirou-me a escrever algo sobre o activismo. São apenas alguns pensamentos soltos. Gostei especialmente da expressão "exaustão santificada" de Calvin Miller.

Entristeço-me quando vejo pessoas à volta de mim que esgotam todo o seu tempo na "obra de Deus", acabando por não ter tempo nem para Deus, nem para a família, nem para elas próprias. Entristeço-me quando vejo pessoas que pensam que só é possível servir a Deus dentro das actividades e ministérios da igreja. Pessoas que se sentem obrigadas a fazer coisas. É uma espécie de prisão, e não uma liberdade.

Faz-me lembrar algo que a minha Paula me disse ontem. No livro de Jeremias (ver 19:4-6), Deus diz que as pessoas estavam a sacrificar os seus filhos, e ele não requeria isso delas. É incrível como algumas pessoas, por religião, estão dispostas a fazer muito mais do que Deus requer delas, e às tantas já não estão a servir a Deus, mas a servir o seu eu religioso.

2 comentários:

Paula disse...

Eu acho que essas pessoas acham muitas vezes que a vida cristã é isso. Inconscientemente. Foram ensinadas assim, muitas não questionam... Não sei, é algo que ainda não percebi...
Mas é um facto que por vezes são os cristãos que mais sacrificam a família, os amigos, o tempo livre que é tão necessário, etc., em prol de coisas que não são servir a Deus.
Mas digo uma coisa: é mais fácil ser activista do que ser cristão. É mais fácil seguir regras do que nos relacionarmos com Deus. É mais fácil, quer dizer, mais imediato...

Anónimo disse...

vocês têm razão no que escreveram. A mim faz-me comichão as pessoas que servem Deus de uma forma quase neurótica, passo a expressão. Mas a verdade é que trabalham para "Deus", servem a Deus, fazem coisas para Deus, mas não estão com Deus, não investem tempo num relacionamento. O propósito do sacrifício de Cristo foi para que possamos ter relacionamento com Deus, para O conhecermos, não um ticket "Você está livre do inferno" - "E agora tem de pagar o ticket trabalhando para Mim"